Neca Machado (Ativista
Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos
Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora
Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em
Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de
100 mil fotografias diversas, premiada em 2016 com classificação na obra
brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs, classificada com publicação de um poema na
obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura
Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 05 obras lançadas em Portugal
em 2016, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Jornalista, Blogueira com 25
blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)
*HA 02 ANOS ATRAS (2014)
REPRODUZO HOJE > 25.12.2016
A SINDROME DO NINHO VAZIO...
Cada vez
mais me surpreendo com a minha capacidade de superação, talvez seja a
verdadeira maturidade que atingiu meu coração.
A
síndrome do ninho vazio bateu na minha porta, mas, foi o silencio das vozes que
sumiram que me fizeram acordar, neste
Natal de 2014, não somos mais três, somos apenas dois, antes Vicent,
Dimitrius e EU tínhamos uma rotina, agora ela se fragmentou.
Manfred
um alemão apareceu de tão longe para amenizar minha solidão, agora somos só nós
dois, e o silencio é o terceiro personagem deste Ninho que vazio não só na sua
essência, mas na singularidade do afeto, talvez possa amenizar a nostalgia de
sermos Mãe e refletir com ele.
Para muitas Mulheres o voo dos filhos é salutar, vê-los crescer, contribuir para o seu crescimento, participar, enfim, a maternidade é pura proteção, mas, quando eles resolvem seguirem seus próprios caminhos, muitas vezes incertos cheios de obstáculos, nós perguntamos onde erramos ( )
A vida é assim, cheia de silêncios internos que precisam ecoar em nossos corações, mas precisamos erguer nossas muralhas para protegermos nosso coração tão fragilizado com voos tão precoces.
Muitas Mães não conseguem aceitar esse rompimento do voo dos filhos e entram em depressão, aprendi a controlar meu ímpeto de saudade, pinto, escrevo, cozinho, bordo, faço minhas roupas em crochê e observo a janela, imagino os olhares deles em outras épocas, as vezes me pego sorrindo furtiva de velhas lembranças que não voltarão mais, continuo na janela a ver pássaros deixando ninhos todas as manhas aqui no Poço do Mato, gosto de contemplar o nascer do Sol, com suas matizes, e vejo a infância de novo buscando uma fresta de saudade.
No meu Ninho, não haverá novos seres a erguerem seus cantos, mas haverá esperança de um novo projeto bem distante daqui.
No meu ninho não haverá mais reprodução de aves singulares, mas deixarei ele no mesmo lugar (coração) para que o silencio seja Senhor das lembranças entrelaçadas de amor, e saudade, as vivi, as convivi, as amargurei, as procurei esquecer, mas, continuarei a Sonhar com caminhos de Pássaros errantes que voltam ao mesmo ninho para matar a velha saudade que não se esvai.
DO NINHO VAZIO.